O que é inflação e como ela impacta a sua vida

29/03/2021
6 min de leitura
Equipe Dindim
29/03/2021
6 min de leitura
O impacto da inflação no real

No rádio, na TV, nos jornais, na internet… todo dia a gente ouve alguém falando sobre inflação. Mas, apesar de ser um termo comum, muitos brasileiros não sabem realmente o que é inflação e como ela impacta o nosso dia a dia. Aprenda o que é inflação e como ela impacta a sua vida!

Se você não sabe como funciona a inflação ou o que faz a inflação subir ou descer, vem que a gente explica dindim por dindim o que é esse fenômeno e por que o seu dinheiro perde o valor de tempos em tempos.

O que é inflação

Inflação é o aumento generalizado de preços. Ou seja, não é quando um ou outro produto está mais caro que o normal, é quando praticamente tudo fica mais caro ao mesmo tempo.

Se só o preço da laranja subiu, pode ser que a produção desta fruta tenha sido impactada por algo específico, como o clima ou pestes, por exemplo. Por outro lado, se além da laranja, o arroz, o material de construção e outros produtos estão mais caros, aí temos a inflação. 

Então, se a inflação deste mês em relação ao mês passado foi de 10%, na prática isso significa que o seu poder de compra encolheu 10%. É como se R$ 100 passassem a valer R$ 90. 

Mas atenção: “inflação” não é um palavrão, nem sempre a alta dela é um sinal negativo. O aumento da inflação pode ser o resultado de uma melhora na economia. O problema é quando esse índice não está controlado.

Como funciona a inflação

A inflação é afetada por diferentes fatores, como o poder de compra da população, a instabilidade política e o preço do dólar. Pra começar, existem dois tipos de inflação:

Inflação de oferta

Este tipo de inflação é puxado por custos e acontece quando sobe o preço de matérias primas básicas, como eletricidade e gasolina, afetando todo o mercado. Por que isso acontece? Porque toda a cadeia de produção e distribuição de diferentes produtos acaba sofrendo as consequências.

Inflação de demanda

Você já deve ter ouvido falar da lei da oferta e da demanda. Basicamente, é a lógica do mercado de que quando um produto está em falta, ele vale mais. O ouro, por exemplo, é mais caro que outros minerais porque existe em menor quantidade. 

Quando a economia cresce, o desemprego diminui e a população tem mais dinheiro para consumir. Isso faz com que os produtos tenham mais saída, ou seja, aumenta a procura e diminui a oferta, o que faz os preços subirem.

Outro cenário, que acontece bastante no Brasil e impacta principalmente os mais pobres, é a fuga de dólares. Isso ocorre quando o país está em instabilidade político-econômica e afasta investimentos internacionais (feitos na moeda americana). 

Com menos dólares no mercado brasileiro, o valor dele sobe e o real fica desvalorizado. Com isso, é mais lucrativo pros produtores de commodities (produtos não industrializados como grãos, frutas e carnes) venderem seus produtos pro mercado estrangeiro do que pro mercado interno. 

Pra ficar mais claro, imagine o seguinte cenário: o quilo do arroz é exportado a um preço fixo de dois dólares. Se a moeda americana vai de R$ 3,50 pra R$ 5,50, o produtor que antes ganhava R$ 7,00 por quilo de arroz exportado, agora vai ganhar R$ 11,00. Quando isso acontece, a oferta de arroz no país diminui, mas a procura por ele continua alta, e por isso o preço sobe. 

Como a inflação afeta o seu dia a dia

O principal impacto do aumento da inflação é a desvalorização do seu dinheiro e, com isso, a redução do seu poder de compra. É por isso que a inflação descontrolada é tão ruim: porque o seu salário não aumenta na mesma velocidade do preço das coisas. Assim, o mesmo dinheiro do mês passado pode ser insuficiente pra comprar as mesmas coisas.

O índice que mede a inflação é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que, como o próprio nome sugere, faz uma média geral da inflação sobre produtos e serviços. Mas como estamos em um país com muitas desigualdades de renda, a inflação nem sempre afeta a todos da mesma maneira. 

Por exemplo, o aumento de preço de itens básicos de alimentação impactam muito mais a renda das pessoas mais pobres do que das mais ricas. Isso porque uma pessoa que ganha um salário mínimo gasta uma porcentagem muito maior do salário no supermercado do que outra, que ganha dez vezes mais. O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) tende a refletir melhor a realidade da inflação pras camadas sociais mais baixas.

Como controlar a inflação 

Pra controlar a inflação, o governo costuma aumentar os impostos sobre produtos com o objetivo de diminuir o poder de compra das pessoas. Também é comum mudar a política monetária, aumentando impostos pros bancos na tentativa de diminuir a distribuição de crédito (financiamentos). 

Quando o governo toma essas medidas, a finalidade não é parar o consumo, mas controlar a velocidade dele, pra que a demanda e os preços sejam estabilizados.

A inflação no Brasil

Em 2020, a inflação no Brasil fechou em 4,52%, segundo o IPCA. Este é o maior índice desde 2016, mas já vivemos tempos muito piores.

Quem tem mais de 40 anos se lembra de um período, no início dos anos 1990, em que os preços subiam diariamente. Era a chamada Hiperinflação, quando o índice chegou a superar 80% ao mês. Ou seja, um produto que custava R$ 10 em janeiro poderia chegar a R$ 18 em fevereiro

Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), entre 1980 e 1989, a inflação média no país foi de 233,5% ao ano, um número muito alto, mas que pirou significativamente na década seguinte, com média de 499,2% de inflação anual.

Pra controlar a situação, o país lançou diversos planos econômicos, sendo o Plano Real o mais famoso e o último deles, em 1994, quando adotamos o real como moeda.

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