Empreendedorismo digital: o que é e como ser um empreendedor digital
Empreendedorismo digital, perdoada a redundância, é empreender no ambiente digital. Esse é o conceito básico, sem muito mais delongas. Empreender, decidir realizar algo, nessa imensidão de possibilidades que virou o mundo digital.
Isso é realmente uma régua que vai do mais básico ao mais complexo. Da padaria com um canal no WhatsApp ao consultor de Big Data para grandes corporações. E o mais interessante ao se adentrar nesse mundo do empreendedorismo digital é justamente compreender esse mar de possibilidades.
É isso, que em um primeiro momento, gera excitação. Regra número um para quem quer empreender. Precisa ser um empolgado nato. Se essa é sua praia, visualizar as ramificações que surgem a partir da ideia que você tem para o que pode ser sua profissão, é um exercício capaz de dar o pontapé inicial nessa jornada.
Porque realmente são infinitas as possibilidades, justamente por ser um ambiente que caminha com o futuro. Ainda mais depois de um marco pandêmico? Depois de tantos anos de uso desprovido de recursos? O conceito digital não conta a história toda, mas caminha para assegurar um ambiente de realidade extensiva – e não dependente do mundo.
Logo, empreender, nesse contexto de mudanças e tecnologias exponenciais, é um daqueles desafios que entregam poucas respostas, mas que são uma avenida inteira para encontrá-las e achar as soluções que irão transformar os mercados do futuro.
Se você duvida, aqui estão alguns dados dos dois últimos anos: segundo a IstoÉ Dinheiro, em matéria divulgada agora em 2021, mais da metade da população mundial está conectada à internet. Além: de acordo com o Digital 2020 July Global Statshot, mais de 50% da população mundial usa redes sociais ativamente, um número correspondente a 3,96 bilhões.
Se você ainda tem dúvidas, continue a leitura. Convidamos o Foras de Série, especialistas no assunto, pra trazer alguns argumentos que podem te convencer do porquê esse não é um mercado aventureiro.
Empreendedorismo digital: a tecnologia finalmente foi democratizada
Meme à parte, colocado porque é normal cair nessa retórica, a compreensão de que a tecnologia realmente está democratizada precisa ser consenso. Sim, é fácil pedir para inovar com um maquinário 10 vezes mais potente se comparado ao qual Steve Jobs tinha.
Isso é relativizar. É colocar as coisas em um plano totalmente superficial e considerar que você e o Steve Jobs estão inseridos nas mesmas condições e construções sociais e culturais, mas você tem em mãos um maquinário técnico muito mais avançado.
Só que foi esse cara que criou parte desse maquinário técnico muito avançado para você poder desempenhar o que se espera ser além do que ele desempenhou. É uma comparação que não tem cabimento.
Assim como não tem cabimento não enxergar que o feirante que recebe Pix é a tecnologia democratizada. Que a padaria que entrega pelo WhatsApp é a tecnologia democratizada. Que pessoas começando seus negócios e vendendo seus produtos nas redes sociais é a tecnologia democratizada. Que a chegada da Internet em povos ribeirinhos Brasil adentro permite que eles vendam seus artesanatos.
A tecnologia foi democratizada. E a partir daí, qualquer um pode empreender no âmbito digital. Não sendo essencialmente um negócio digital, mas usando o digital como recurso para o seu negócio. Existem diversos formatos para realizar algo digitalmente. O importante é juntar esses dois elementos, essencialmente de forma inovadora, criativa, que resolva uma dor.
Mas a estrela guia, ao se aventurar por essas bandas, é entender o seu público e se tornar uma autoridade de nicho.
Empreendedorismo digital é sobre autoridade e sobre nichos
Thiago Ventura, o exemplo usado no vídeo acima, se destacou no stand up comedy por entender uma coisa simples e vital para essa tribo. Existia uma concepção de que a distribuição gratuita desse tipo de conteúdo entregava de mão beijada algo que fazia parte de um espetáculo para o público.
Mas o digital está aí. Com Thiago Ventura essa pessoa ia ao show sabendo qual era o tom, o que aquele humorista propunha.
Isso, principalmente porque ele passou a entregar de graça parte dos seus textos em seu canal do YouTube, indo na direção contrária ao movimento do mercado. Para além de entender isso, Thiago Ventura acertou em cheio no formato: usou da identificação para cativar um gigantesco público. E não como recurso, mas como uma virtude que é sua.
Ele ri sobre empinar pipa e jogar bolinha de gude. Dentro da sua galera, quem não se identifica? Quem é que não cresceu em um bairro do subúrbio de qualquer grande cidade e teve que driblar a fiação para entrar em uma disputa mortal contra outra pipa?
Foi com esse gatilho e com amostras grátis de seus shows, que ele estourou. Cresceu como uma bola de neve. Números viraram consequência. Seu canal do YouTube tem mais de 5,5 milhões de inscritos. No Instagram, são mais de 6 milhões de seguidores.
Empreendedorismo digital é sobre autoridade e nicho. Sobre você reconhecer qual é a sua e como você vai fazer o melhor em cima disso. No caso de Thiago Ventura, foi literalmente inovar com uma piada. Vê a ironia disso?
O conceito se mistura com o de startup, mas o termo em comum é “solucionar uma dor”!
Empreendedorismo digital está intimamente relacionado ao mundo das startups. Isso porque, essencialmente, o termo startup está relacionado ao ato de empreender na validação de um modelo de negócios repetível e escalável. No mundo em que vivemos, para fazer um modelo de negócios conseguir alcançar um nível de padrão repetível e, posteriormente, capaz de escalar, você quase que indissociavelmente precisará contar com tecnologia.
Os dois caminhos se cruzam, em uma camada mais clara, por esse motivo. Mas há ainda algumas semelhanças que tornam o aprendizado dos conceitos muito interessante na hora de botar a mão na massa: startups e qualquer empreendimento digital – seja ele vender um produto, um curso, um serviço, materiais de apoio, etc – solucionam dores. Ou melhor: usam processos criativos para resolução de problemas.
Passar por um processo criativo não é só apenas sobre criação. Ser criativo é ter um conjunto de habilidades para resolução de problemas, pessoais ou profissionais, grandes ou pequenos. É achar saídas. No mundo das startups, temos o Airbnb. Encontrou pessoas com lugares ociosos dispostas a receber pessoas, com pessoas dispostas a se hospedarem em lugares alternativos por um preço mais custo-benefício. Em sua missão: tornar a hospedagem sua casa em qualquer lugar do mundo.
Resolveu uma dor e mudou todo o setor de Turismo. Thiago Ventura postou trechos dos seus números e virou fenômeno da internet e do stand up comedy, baseado numa dor que os outros comediantes não atendiam. Você passou a consumir da quitanda durante a pandemia, porque ela era a opção que entregava e tinha melhor cuidado no manuseio dos produtos. Nós buscamos por soluções das nossas dores. Logo, enquanto empreendedores, nós devemos solucionar essas dores. Pense simples. Processo criativo; não é só criar, é juntar engrenagens.
Tecnologia é o caminho mais curto para inovar processos
A tecnologia certamente é a graxa para essas engrenagens fluírem. No contexto das startups, falamos que para fazer um modelo de negócios conseguir alcançar um nível de padrão repetível e, posteriormente, capaz de escalar, você quase que indissociavelmente precisará contar com tecnologia.
A mesma coisa para o empreendedorismo digital, seja qual for sua natureza. Você precisará contar com a tecnologia. Até nos exemplos mais simples, como o Pix do feirante ou o WhatsApp da padaria. Se você se aventura a colocar produtos ou serviços online, você conta direto com softwares e plataformas para distribuir seus recursos. Se as redes sociais são o seu canal de imagem, você depende delas. Se você desenvolve um aplicativo, você depende do recurso tecnológico. E por assim vai…
A tecnologia serve para encurtar caminhos. Se você quer inovar, você não pode perder tempo em coisa que pode ser automatizada e resolvida tecnicamente. É necessário investir no processo criativo – e o aporte instrumental para realizar o almejado nunca esteve tão disponível.
No empreendedorismo digital, o viral não é regra
De novo: no empreendedorismo digital, o viral não é regra. É assim que funciona. Talvez você veja mais casos de pessoas que explodem do que pessoas que estão ganhando a vida empreendendo digitalmente. Tem alguns motivos para isso.
O primeiro deles é porque o viral sempre vai ganhar as notícias. E como diz o ditado, a notícia do dia passado só serve para embrulhar o peixe. Desse espectro, quantos você acompanha que tem uma consistência de amplitude? Normalmente são picos. A internet é um lugar especialmente maluco, onde tudo vem como um tsunami e desaparece como um ninja. Você sempre vai estar mais em contato com os casos de gente que explodiu do que com os casos de gente que está sobrevivendo, sem os luxos da fama, do empreendedorismo digital.
O segundo motivo é um exercício de imaginação. A internet está aí. Pensa nesse momento: quantas pessoas estão considerando empreender digitalmente? Não temos esse número exato, mas deve ser algo gigantesco. Gigantesco mesmo, nível global. Agora fecha de novo no número que você ouve sobre casos virais, que acontecem e tem vida longa, unicamente pelo próprio fenômeno em si. É pouco.
Quem está fazendo conteúdo na Internet não está sozinho. Não é viral. Pode ter começado com essa natureza, mas o empreendedorismo digital perene requer a seriedade exata de comandar uma empresa. Toda a estrutura de uma empresa.
No exemplo que abre esse post, o caso Juliette Freire, campeã do BBB 21. Ao entrar no reality, Juliette escolheu algumas pessoas de confiança como administradores de seu perfil.
Contudo, precisaram contratar mais, entre redatores, designers, editores e produtores de conteúdo, que se revezavam entre todas as plataformas que a participante estava presente durante as 24 horas por dia do programa. Seu triunfo era ter uma equipe competente que respondia aos movimentos de uma forma ágil, adaptando a linguagem da rede social de maneira certeira ao seu público. Assim como um produto ou serviço, Juliette passou a se posicionar como uma marca forte. Após o programa, lançou um documentário e alçou carreira musical.
É com planejamento estratégico que se garante perpetuidade no digital. Não é mais terra de aventureiros. É terreno muito bem estabelecido de gigantes.
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