Peça ajuda e conheça bem o seu público-alvo”, aconselha empreendedora

05/03/2020
3 min de leitura
Equipe Dindim
05/03/2020
3 min de leitura

Há cinco anos Katherine Pavlovski deixou a arquitetura para entrar na área da construção civil. Virou sócia de Ana Luisa Monteiro Correard, fundadora da Mana Manutenção. Além de atuar em um mercado predominantemente masculino, a empresa aposta em um público-alvo muito bem definido: mulheres que moram sozinhas e têm receio de receber prestadores de serviços de manutenção sem outra pessoa em casa.

“O importante é não ter medo e saber para quais clientes você quer que o seu negócio seja vendido”, aconselha Kat às mulheres que querem embarcar em uma área que tenha pouca atuação feminina. “Peça ajuda e conheça bem o seu público-alvo”, orienta. “Faça pesquisa na rua para definir o perfil do seu cliente principal, mande mensagem para amigos e conhecidos, peça para que as pessoas compartilhem seus posts para que você receba respostas verdadeiras e sinceras de quem não te conhece”.

A coragem para enfrentar um mercado dominado por homens, diz a empreendedora, deve vir com conhecimento. “Faça cursos, seja a primeira mulher a se formar na área, e tente se blindar de comentários machistas, porque eles vão existir”.

E foi justamente a capacidade de ensinar que levou Kat a ampliar a atuação da Mana. Além de prestar serviços como reparos elétricos e hidráulicos, montagem de móveis, pinturas e instalações de prateleiras, quadros e cortinas, a empresa também oferece cursos para mulheres que tenham interesse em aprender a manusear ferramentas ou conhecer o básico de elétrica, hidráulica ou pintura.

A estratégia começou quando a demanda por serviços prestados por mulheres para clientes mulheres cresceu muito em relação à mão de obra encontrada no mercado. “Começamos a dar curso no final de 2016 e até hoje já tivemos mais 25 turmas, são mais de mil mulheres formadas – mulheres que trabalham na Mana atualmente, mulheres que abriram o próprio negócio e mulheres que hoje conseguem resolver sozinhas os problemas de manutenção em casa.

Mas o plano é ir além e conseguir capacitar mulheres profissionalmente. “Queremos dar aula para mulheres com vulnerabilidade social e que sofreram violência doméstica”, conta Kat, que viu muitos negócios com o mesmo propósito da Mana abrirem inspirados na empresa que ela construiu. E é exatamente essa rede de ajuda entre mulheres empreendedoras que pode fazer toda a diferença para aquelas que querem tirar do papel uma ideia de negócios. 

“Além de ter coragem, faça contatos. Converse com pessoas que têm uma empresa parecida, mande uma mensagem nas redes sociais, não tenha vergonha de perguntar, porque, embora cada pessoa trilhe o seu caminho, todo mundo tem erros e acertos para compartilhar”, aconselha Katherine. 

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