Tem que arregaçar as mangas e batalhar”, diz vendedora de múltiplos produtos
A distância entre a cidade de Liberdade, em Minas Gerais, e São José dos Campos, no interior de São Paulo, é de apenas 250 quilômetros. Embora a distância seja pequena, foi grande o desafio enfrentado por Maria Sueli Messias Lima ao mudar de Estado. A mineira precisava sustentar a família e cuidar da filha pequena, o que impossibilitaria o trabalho fora de casa.
“Comecei a fazer crochê, unha… Tudo para não ter que sair para trabalhar fora”, conta Sueli. Procurar uma forma de ganhar dinheiro em casa, é uma realidade enfrentada por muitas mães que não têm com quem deixar os filhos e por aquelas que decidem cuidar dos pequenos de pertinho durante a primeira infância.
E foi justamente com a ajuda das filhas que Sueli tirou do papel uma ideia de negócio. Enquanto se virava com o que podia para pagar as contas, ela decidiu abrir um brechó com as roupas que não serviam mais na primogênita. “Usei as roupas da minha caçula que eu costumava doar quando não serviam mais, e o negócio começou a dar certo”, conta.
A ideia de usar a garagem como ponto fixo para a loja de peças usadas veio somente em 2017, diante de outro desafio: conseguir mandar a filha mais nova para a faculdade em outra cidade, mesmo com o marido desempregado. Entre as vendas de pinturas, rosquinhas, geladinhos e balas, Sueli apostou na movimentação do seu endereço, que fica próximo a uma escola para abrir as portas aos clientes.
Hoje, Sueli também tem na revenda de cosméticos, dentro da loja e atendendo a pedidos, uma de suas principais fontes de renda mensal. “Tem tanta coisa que você pode fazer em casa, basta arregaçar as mangas e pegar firme”, incentiva. Mas, para dar conta de tudo, a empreendedora tem um grande segredo: organização. “Tenho um caderninho onde anoto tudo”, afirma.
Se a rotina é difícil? “Difícil é, mas a gente tem que lutar, pegar firme”, responde Sueli. “Não deixo a peteca cair não!”, completa. Inspiração para outras mulheres, Sueli ainda brinca: “às vezes as pessoas falam para mim: ‘nossa, você vende tanta coisa, só falta vender o marido’. E eu respondo: se você quiser comprar, eu vendo!”.
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