Boas práticas para evitar o coronavírus no seu negócio

23/03/2020
11 min de leitura
Equipe Dindim
23/03/2020
11 min de leitura

Diante da pandemia do novo coronavírus, declarada pela Organização Mundial da Saúde (COVID-19), diferentes cuidados devem ser tomados por cada um nós para que a disseminação do vírus desacelere. Como o pequeno empreendedor também deve fazer parte desta força-tarefa, conversamos com o infectologista Fellipe Godoy, formado pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) para descobrir como proteger os clientes e o próprio negócio neste momento.

Ainda que as precauções possam afetar o dia a dia da empresa, é hora de adaptar processos de vendas e manter um ambiente de trabalho com pouco risco de contaminação. Seja em um espaço que continuará recebendo clientes pessoalmente – como mercados ou farmácias – seja no ambiente domiciliar do dono do negócio que trabalha em casa.

Como os estados e as até mesmo cidades brasileiras estão tomando diferentes medidas de prevenção, é importante se manter informado e atento às regras de você mora para o funcionamento do comércio durante a pandemia. Mas, vale destacar que os cuidados adicionais para evitar contaminações são indispensáveis até mesmo para quem produz em casa. 

Mesmo que muitas informações sobre o novo vírus ainda sejam desconhecidas pelos especialistas, já se sabe quais são as principais atitudes que podem evitar que uma pessoa transmita COVID-19 para outra, como lavar – sempre e muito bem – as mãos, e tossir ou espirrar levando a boca ao antebraço.

Como se prevenir se vai continuar recebendo clientes

Em situações nas quais o contato com outras pessoas for indispensável, como acontece com negócios que vendem produtos alimentícios e não poderão simplesmente fechar as portas e mandar todos os funcionários para casa, pequenas atitudes são capazes de salvar vidas. 

“Em um momento como esse, qualquer manuseio de objetos ou contato físico deve ser seguido de higienização das mãos e do item manipulado”, afirma o infectologista Fellipe Godoy. De acordo com o médico, se você emprestou uma caneta para alguém assinar um papel, por exemplo, ela deve ser higienizada após o uso. Portanto, se possível, lave muito bem as mãos com água e sabão ou passe álcool em gel a cada venda feita. 

Prevenção para quem trabalha em casa

Os pequenos empreendedores que trabalham em casa produzindo itens que serão vendidos pela internet e entregues para o cliente também devem adaptar seus processos. Alguns setores, como o alimentício para quem faz marmitas congeladas, por exemplo, já têm regras rigorosas de manipulação de alimentos determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e essas normas são eficazes para evitar a contaminação pelo COVID-19.

Porém, além de lavar bem as mãos antes de manusear alimentos, usar luvas plásticas de cozinha quando for tocar diretamente os ingredientes e higienizar bem superfícies como pia e mesas, diante de uma pandemia como a do novo coronavírus, será preciso ficar ainda mais atento a outros detalhes. “Pessoas com sintomas respiratórios devem evitar estar na cozinha, devendo ser realocadas para alguma outra função ou afastadas durante os sintomas”, afirma Godoy.

Já para quem tem um negócio fora do setor alimentício, como uma estamparia de camisetas em casa, por exemplo, o uso de itens de proteção como luvas podem ser dispensados. Exceto, é claro, se houverem sintomas respiratórios. O infectologista Fellipe Godoy reitera as recomendações da Organização Mundial da Saúde afirmando que “não há recomendação de uso de máscaras para pessoas assintomáticas”.

“Para produtos gerais, não há um cuidado tão forte em relação à necessidade de higiene para manuseio, visto que os produtos não serão comercializados para serem ingeridos”, afirma Godoy sobre a produção de quem trabalha em casa, sem contato direto com os clientes. “Mas vale a regra pra evitar a contaminação de forma geral, higienizar as mãos, limpeza de superfícies rotineiramente e evitar contato com o rosto”, completa.

Seja qual for o seu setor de atuação, algumas boas práticas são comuns para proteger o seu cliente e o seu negócio do coronavírus no Brasil. Confira: 

1. Oriente clientes e funcionários

O acesso à informação é uma ferramenta poderosa no combate ao vírus. Por isso, sempre que possível, vale conversar com clientes e funcionários sobre como a situação que estamos vivendo muda os processos do seu negócio como formas de prevenção. Em estabelecimentos dos tipos que poderão permanecer abertos ao público, o uso de cartazes sobre o coronavírus no Brasil, com as ações básicas que todos devemos tomar, pode ajudar.  

Caso o negócio seja online ou esteja temporariamente fechado para o público, as redes sociais são boas ferramentas para transmitir as informações de prevenção que a própria empresa está tomando e aquelas que todas as pessoas precisam seguir, além de quais os sintomas do coronavírus. As fontes das informações são imprescindíveis. Espalhar notícias falsas ou que não foram checadas corretamente pode piorar a situação. Por isso, vale sempre procurar canais oficiais, como os portais dos ministérios e secretarias de saúde.

De acordo com o Ministério da Saúde, por exemplo, essas são as principais medidas de prevenção que todos os brasileiros devem tomar: 

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos.
  • Fora de casa, usar álcool em gel 70% para higienizá-las.
  • Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a cobra com lenço ou com o braço.
  • Se estiver doente, evitar contato físico com outras pessoas e permanecer em casa até melhorar.
  • Evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, toalhas, pratos e copos. 
  • Evitar ambientes com aglomeração de pessoas
  • Manter os ambientes bem ventilados. 

O órgão nacional já disponibilizou materiais da campanha de prevenção para quem quiser usar, como cartazes que podem ser impressos ou compartilhados online. Em alguns estados, como São Paulo, também foi feito um kit com materiais de apoio com informações sobre como se proteger do vírus. É possível fazer o download nos portais oficiais. 

2. Higienize seu local de trabalho ou de vendas

Além de lavar bem as mãos a cada venda ou durante os processos de produção de produtos e alimentos em casa, todo o ambiente também deve ser limpo regularmente pelo menos a cada turno. Assim como para as mãos, o álcool capaz de acabar com o vírus também é o 70%, mas pode ser substituído por uma solução de água sanitária (4 colheres de chá para 1 litro de água) e produtos com cloro ou água e sabão.

A maquininha de cartão é um dos objetos que está presente na maioria dos estabelecimentos e deve ser limpa também, já que é um item tocado constantemente por pessoas diferentes. “Podemos evitar contato ou higienizando as mãos antes e após o uso, higienizando o aparelho após o uso (com devida orientação do fabricante), ou criando uma barreira, por exemplo, com um saco transparente descartável”, incentiva o infectologista Fellipe Godoy.

No caso dos estabelecimentos que continuarão recebendo pessoas, a disponibilização de álcool em gel 70% para todos é uma medida que pode ajudar a evitar que alguém de fora leve o vírus para o local. “Quanto a limitar a entrada de pessoas, o estabelecimento deve prezar pelo bom senso, assim como a orientação é evitar aglomerações de forma geral, estabelecimentos muitos cheios podem aumentar o risco de transmissão devido a proximidade entre as pessoas”, afirma Godoy.

Além da higienização após contatos físicos, limpeza de objetos e gerais de tempos em tempos, também é importante evitar filas. Quando imprescindível, vale orientar os clientes a ficarem distantes enquanto esperam. O mesmo vale para o atendimento. “Em lugares como caixas e bancadas, faça uma linha de 1,5 metros entre os dois interlocutores, assim as gotículas que podem ser ejetadas pela fala não chegaram de um para o outro”, indica o infectologista para aqueles comerciantes que ficarão abertos para o público.

3. Cuide da sua saúde e dos seus funcionários (caso tenha)

Caso o negócio tenha funcionários e precise continuar recebendo clientes pessoalmente, é imprescindível que o trabalhador seja afastado caso tenha qualquer sintoma ou histórico de viagens internacionais. Se houver qualquer caso de COVID-19 no ambiente de trabalho, o empreendedor deve procurar as autoridades de saúde do estado ou do município para se informar sobre como agir nesta situação. 

É importante dar condições para que os funcionários consigam cuidar de familiares doentes e, em situações como a da pandemia do coronavírus, deixar de exigir que um trabalhador apresente atestado médico, por exemplo, uma vez que a ida aos hospitais, segundo orientações do Ministério da Saúde, só deve acontecer em casos graves.
O mesmo vale para o trabalhador autônomo e sem funcionários. O cuidado com a saúde pessoal é essencial para evitar qualquer contaminação pelo vírus. É preciso seguir todas as orientações oficiais e se resguardar o máximo possível!

4. Facilite o pagamento

O coronavírus é transmitido na aproximação física de uma pessoa contaminada com outra saudável e por espirro, tosse, catarro ou gotículas de saliva, além do contato com superfícies contaminadas seguido de contato da mão com boca, nariz e olhos. E, no dia a dia de um negócio, seja com ponto fixo ou que trabalha com entregas, um dos processos com maior contato é o momento do pagamento. 
Mas, para evitar a aproximação, já é possível usar diferentes tecnologias de meios de pagamento. Elas evitam o uso do cartão físico e a necessidade de o cliente tocar na maquininha de cartão para colocar a senha, por exemplo, e podem ser adotadas por qualquer tipo de negócio, presencial ou online. 

  • Link de pagamento

A tecnologia permite vendas e pagamentos por aplicativos de mensagens como o WhatsApp, redes sociais ou e-mail. Os passos são simples: basta se cadastrar no seu sistema de pagamento, criar um link para pagamento e enviá-lo para o cliente. O consumidor vai acessar a página e pagar a compra de forma online, rápida e sem interação física. 
Com o link de pagamento, o pequeno empreendedor que vende online ou que, por causa da pandemia do coronavírus, passou a trabalhar em casa consegue cobrar uma venda mesmo sem ter um marketplace ou site, por exemplo, usando apenas o celular. O link de pagamento está sendo liberado aos poucos para quem já é cliente SumUp e quer continuar recebendo os valores das vendas sem precisar sair de casa.

  • Pagamento por NFC

A sigla em inglês para Near Field Communication, pode ser traduzida para o português como Comunicação por Campo de Proximidade. Essa tecnologia, presente em maquininhas como a Total e On da SumUp, permite o pagamento de uma compra apenas aproximando o cartão com a tecnologia contactless ou um dispositivo móvel, como celular, relógio e pulseiras inteligentes. No pagamento por NFC, o cliente não precisa inserir o cartão físico ou apertar os botões para colocar a senha em compras até R$ 50,00, evitando o contato direto com a maquininha de cartão. 

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